sábado, 28 de maio de 2011

É, de facto, preciso fazer um desenho

Quando o governo tem comportamentos irresponsáveis e perigosos, alguns jornalistas sentem grande embaraço para noticiar. Ontem à noite, na SicNotícias, Marcelo Rebelo de Sousa explicou por que razão não é uma questão de «pormenor», como diz Sócrates e alguns orgãos de informação repetem, ter uma versão final do acordo com a troika diferente da versão que os partidos da oposição assinaram.
«É grave, primeiro, que a União Europeia tenha alterado um compromiso assinado com um país.»
«Segundo, que o governo não tenha dito nada aos partidos de oposição que assinaram».
«Portanto, fica muito mal a União Europeia que não disse nada a ninguém, nomeadamente ao PSD e ao CDS, e fica muito mal o governo, que não disse nada ao país, nem ao PSD, nem ao CDS.»
«Não dá para explicar. Em qualquer país do Mundo seria um escândalo em relação ao governo e em relação à União Europeia.»
Não dá para explicar. Nem dá para entender por parte daqueles profissionais da informação que considerarão mais esta manobra de Sócrates uma coisa muito «hábil», muito «determinada», muito na linha de «o seu melhor.»

Intoxicação III

Porque é que o jornal das 22 horas da SicNotícias ainda insiste que Cavaco critica a ideia de Passos Coelho de um governo apenas com 10 ministros, depois de Cavaco desmentir que pense ou tenha dito isso?

Intoxicação II

Estavam muito enfáticas, no jornal das 22 horas de sábado, da tvi24, Teresa de Sousa e Constança Cunha e Sá, falando do «recuo» de Passos Coelho na sua promessa de um governo mais económico, com apenas 10 ministros. Pena não terem ouvido bem o que Passos Coelho disse: que, se não tivesse a maioria que pede, a vontade dele poderia não prevalecer, poderia ter que aceitar uma negociação com outros partidos que inflacionasse os cargos ministeriais. Passos Coelho, portanto, não recuou. Fez um desafio, aquilo que no toureio se chama carregar a sorte. Ou seja, avançou.
Mas é claro que todos sabemos que as ideias feitas são muito duras de ouvido.
Gostam é muito de falar: como estas duas comentadoras, que passaram o seu tempo a criticar a falta de debate na campanha, e, simultaneamente, a criticar Passos Coelho por apresentar uma ideia todos os dias. Parecia que não sabiam o que diziam. (E não.)

Intoxicação I











Manchete de edição do Expresso de Fevereiro passado. Por favor conferir com as notícias acerca da aceleração a fundo do défice que vieram a confirmar-se.


Manchete de edição do Expresso de Fevereiro passado. Por favor conferir com as notícias acerca de uma troika FMI, União Europeia, e Banco Europeu que visitou o país e impôs um programa de austeridade menos de 3 meses depois.    


Notícia do Expresso de ontem sobre uma oposição de Cavaco a um Governo reduzido, como Passos Coelho o quer. Por favor conferir com o desmentido de Cavaco, feito no mesmo dia.

É claro que o Expresso é um jornal de referência. Só não nos apetece agora dizer de quê.








Notícia da década: Sócrates fala verdade!

Sócrates, hoje, em Caxinas : «O Fábio Coentrão é mais popular em minha casa do que eu na casa dele.»

Como a juventude socialista ...

Aqui, algumas considerações, por vezes em linguagem um pouco rude, sobre a amorosa bolha de protecção que alguns orgãos de comunicação social (à semelhança das tropas da juventude socialista) estabelecem em redor de Sócrates.

Para nos livrarmos da sarna

Sobre os jornalistas que se queixam de não serem debatidas as «questões importantes», e sobre como acabam a elogiar quem foge a responder a uma única delas, um texto notável de José Manuel Fernandes, aqui, para pôr as coisas em perspectiva.

O analista e o carteirista

Um comentário refrescante sobre aqueles jornalistas e comentaristas que, ouvindo Sócrates mentir, registam apenas que o faz com determinação e vigor.

Neves e o nevoeiro cor de rosa

Porque é que a Sr.ª Anabela Neves, destacada pela Sic para cobrir a campanha do PSD, descreve como mera «confusão» o avanço de militantes socialistas (bem identificados com cartazes e bandeiras) contra a caravana do PSD e de Passos Coelho, hoje, em Braga?
Porque é que a Sr.ª Anabela Neves, da Sic, insiste tanto que o avanço e as provocações dos socialistas foram feitas «controladamente», como insistiu 3 vezes?
Porque é que a Sr.ª Anabela Neves, da Sic, considera que Passos Coelho não deveria ter parado para ver e cumprimentar os participantes de uma feira medieval, ontem, em Braga, pelo simples facto de, diz ela, a iniciativa ser da Câmara, e a Câmara ser socialista?
Porque será que a Sr.ª Anabela Neves não é capaz de fazer uma reportagem jornalística?

Santos Silva diz os disparates que nem Sócrates quer dizer

Estando o socialista José Lello, habitual produtor de grosserias, ocupado a admoestar o presidente do seu partido, Almeida Santos, por recomendar a Sócrates que se retire após a derrota eleitoral, coube ontem a Augusto Santos Silva dizer alguns dislates sobre um incidente contra a campanha PS, no Algarve.
Depois de - com o sorrisinho com que revela que considera muito inteligente tudo o que diz - culpar o PSD por um espontâneo algarvio ter gritado que Sócrates não serve, Santos Silva exaltou-se com a sua própria importância, e gritou que Passos Coelho deveria condenar os incidentes, porque dizer que é «lamentável»  não chega; lamentar, disse ele, é o mesmo que subscrever. Azar dos Silvas: minutos antes, o ainda primeiro-ministro considerara os incidentes «lamentáveis». A crer em Santos Silva, Sócrates subscreve os incidentes de que foi vítíma.
Santos Silva. Aos tropeções na própria «acutilância».

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Já estão de olho nele

O Wall Street Journal, um dos mais reputados jornais económicos do Mundo, relata aqui as jogadas de Sócrates para alindar a execução orçamental falhada - ainda mal assinou o acordo de ajuda externa.. As toscas manipulações do ainda primeiro-ministro não passam, hoje, nem cá dentro, nem lá fora. Se o deixássemos prosseguir, na primeira auditoria do FMI, ao fim dos 3 primeiros meses, teríamos desastre e tragédia.

Outro ministro de Sócrates diz porque não votar nele

Freitas do Amaral, ministro-estrela dos Negócios Estrangeiros do primeiro governo de José Sócrates, enunciou ontem, ao Diário Económico, as 5 razões por que não se deve votar Sócrates, e sim Passos Coelho. Estão aqui, em toda a sua verdade e crueza. Há semanas, o ministro das Finanças do 1º governo Sócrates, Luís Campos e Cunha (que se demitiu em 2005, tão cedo compreendeu para onde o país estava a ser levado) recordara no Público que avisara antes, e repetia agora que Sócrates conduziu o país à ruína.

PS prepara sucessão de Sócrates

«As SCUTs foram um erro histórico», disse, 4ª feira, Francisco Assis, durante um debate na tvi24. Os sucessores de Sócrates já derimem o futuro (e os jornalistas amigos que, perante tais declarações no PSD clamariam «Contradição, trapalhada!», vão já, já começar a dizer que há «um debate interno muito rico»).

Sócrates sacou dinheiro da Segurança Social

O Diário Económico noticiou anteontem que o governo Sócrates de facto recorreu ao Fundo da Segurança Social para colocar dívida no mês de Abril passado. A notícia está confirmada até pelo facto invulgar e suspeito de o despacho do ministro que autorizou o negócio só na passada segunda-feira ter sido publicado em Diário da República.
A notícia, que é de uma gravidade extrema (e não foi referida em Abril, nem retomada agora pelas televisões - por incompetência ou cumplicidade) foi desmentida pelo governo Sócrates, quando dela correram rumores há dois meses. Compreende-se o recato: o facto de Sócrates ter ido sacar ao Fundo dinheiro que é administrado para garantir os pagamentos de subsídios e pensões pela Segurança Social, revela que o homem que considera que «a ajuda externa é prejudicial ao país» (debate com PPC) é capaz de tudo para poder agir sem vigilância ou controlo.

Calote, irresponsabilidade, manipulação, ilusionismo

«Os sinais de que temos governantes irresponsáveis multiplicam-se a cada dia. Senão, veja-se. Na 3ª feira, a UTAO denuncia que a execução orçamental do 1.º trimestre está afectada porque o governo adiou o pagamento de 200 milhões de euros. No mesmo dia, o ministério das Finanças diz que os 200 milhões são coisa pouca. Nessa noite o 1.º ministro faz um lamentável número de ilusionismo, dizendo que estavam apenas em causa atrasos nos descontos para a Caixa Geral de Aposentações. Esqueceu-se dos pagamentos adiados ... E, pasme-se, deu a entender que quando o Estado se atrasa nas contribuições não é grave (...) Já alguém questionou o FMI sobre estas jogadas, nomeadamente a manipulação da execução orçamental? (...) Um dia destes o FMI (vem) dizer publicamente que a ajuda externa está suspensa.»
Camilo Lourenço, ontem, no Jornal de Negócios

Trágico e obsceno

«Ouvir Sócrates e o seu PS saltearem o medo dos pobres de sempre e dos novos pobres, ouvi-los falar em "povo" e em "classes sociais", é mais do que simplesmente trágico. É obsceno. E nem sequer estou a falar do fim dos abonos de família, bolsas e prestações sociais. Seria demasiado óbvio. O que é preciso dizer é outra coisa de mais profundo. Sócrates e o seu PS de betinhos e instalados cavaram uma tal cratera de interesses, um tal vaivém promíscuo entre o Estado e certos grupos económicos, que de "povo", de atenção às desigualdades e até de esquerda ou de direita estes puros não têm nada.»
«Quando os vejo encher a boca com o "povo" e os "pobres, só me lembro dos amigos socialistas que literalmente enriqueceram nestes últimos 15 anos sob o alto patrocínio do poder do Estado. Lembro-me dos Ruis Pedros, Varas, administradores de empresas públicas, banqueiros, construtoras civis. Lembro-me de negociatas como o terminal dos contentores de Alcântara, das adjudicações directas, das Scut, das leis cozinhadas em gabinetes para servirem uns quantos destinatários.»
«Esta esquerda dos interesses é igualzinha à direita dos interesses. Suga o país, o Estado, os que trabalham. E Sócrates assistiu a tudo, permitiu tudo, porque é feito dessa mesma massa.»
Pedro Lomba, jurista, professor universitário, ontem, no Público

À socapa, à pressa, mais 53 «boys» ao tacho

Rui Sá Gomes, director dos serviços prisionais, nomeou 53 adjuntos de direcção 2 dias depois de o governo Sócrates apresentar a demissão. As nomeações foram feitas sem aval do Ministério das Finanças e nenhuma delas foi publicada em Diário da República. Segundo o Ministério da tutela, o da Justiça, foi tudo um caso de «absoluta necessidade». O tempo foge.

«Isto é que é preciso erradicar da política»

António Lobo Xavier, ontem na Quadratura do Círculo

Contas falsificadas, mistificação e mentira

«Segunda mentira», continuou António Lobo Xavier, ontem, no programa Quadratura do Círculo, «Segunda mentira: a questão dos números da execução orçamental. A execução orçamental foi vendida como números fantásticos e um êxito fantástico. Rapidamente apareceu (felizmente ainda existem em Portugal algumas pequenas ilhas de respeitabilidade) veio a Unidade Técnica que apoia o Parlamento dizer que os números da execução orçamental só têm aquela aparência positiva por se terem retardado pagamentos em geral. Portanto, não corresponde à realidade. Mais: comentadores insuspeitos projetam um défice preocupante se os números forem olhados na sua realidade. Isto é que é preciso erradicar da política.»

Nomeações à pressa, mistificação e mentira

«Não há nada no Mundo que possa evitar a tendência para a mistificação e a mentira do primeiro-ministro José Sócrates», disse, ontem, António Lobo Xavier, no programa Quadratura do Círculo, escalpelizando dois casos recentes (como a generalidade dos «jornalistas» das televisões se esqueceram de fazer, por incompetência ou compromisso). Lobo Xavier: «Primeiro, a história da não publicidade das nomeações. Soube-se que havia nomeações para lugares públicos que não eram publicitadas. E soube-se ainda que havia instruções do governo para não dar publicidade às nomeações.»
«O que é que veio dizer o primeiro-ministro, com a sua tentação imediata para a mentira? " Ah, não..." - até com o ar do Dr. Pinóquio, que era um personagem do Herman no Tal Canal - "Não, não dar publicidade era uma coisa boa, era para o novo governo tomar então a decisão final." É mentira. É evidente que é mentira (...) Se queria dar essa liberdade, não nomeava as pessoas. Era mentira.»

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Veja os peixinhos, ouça o polvo

Novas formas de arregimentação para os comícios de Sócrates: agora, visitas grátis ao oceanário (em letras garrafais) seguidas de um comíciozito (em letra pequena). veja o convite aqui http://31daarmada.blogs.sapo.pt/5077291.html

Piada nada simplória

Dito certeiro que corre na Internet, a propósito dos estrangeiros indocumentados que o PS mobiliza para os comícios, citado ontem por Joana Amaral Dias, no Directo ao Assunto, da RTPN: «Os imigrantes em Portugal fazem o trabalho que os Portugueses não querem fazer: ir aos comícios de José Sócrates.»

Troika-Tintas III

«O défice orçamental de 2010 ficará "bem abaixo" dos 7,3% previstos pelo governo, anunciou esta manhã o primeiro-ministro, em conferência de imprensa conjunta com o ministro das Finanças. Por isso mesmo, concluiu, «partimos com boa expectativa para o valor final do défice (...) o Estado português não só vai cumprir a meta do défice, como vai ficar claramente abaixo desse valor.»
de Agência Financeira, 11 de Janeiro de 2011

«O INE, em sintonia com o Eurostat, anunciou este sábado uma revisão da notificação relativa ao Procedimento dos Défices Excessivos enviada a Bruxelas no final de Março. Agora, o défice de 2010, que já fora revisto em alta para 8,6 por cento do PIB, passa a ser de 9,1 por cento, por causa de três contratos de Parcerias Público Privadas (PPP).»
do Público, Abril de 2011

Troika-Tintas II


«O secretário-geral do PS afirmou hoje, quinta-feira, que o défice de 2009 ficará dentro da média europeia, nos 5,9%.»
do Jornal de Notícias, de 23 de Julho de 2009

«Portugal com um défice de 9,4% do PIB, apresenta o quinto maior buraco orçamental entre os países do euro»
do Jornal de Negócios de 22 de Abril de 2010

Troika-Tintas I

«Os jornalistas só falam do FMI, mas Portugal não precisa de nenhuma ajuda externa, não precisa de nenhum FMI, nem de nenhum conselho do FMI. Estamos a obter resultados
José Sócrates, Janeiro de 2010

«Era inevitável e inadiável o pedido de ajuda externa.»
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, ontem, em Lisboa.

«A crise, foi Portugal que a auto-infligiu.»
Angel Gurria, secretário-geral da OCDE, ontem, em Paris

O fundo do tacho para os «boys»









Já depois de entrar em vigor, em 1 de Julho de 2010, o congelamento de admissões em toda a Administração Pública, e apenas nos últimos seis meses desse ano, o Ministério da Ciência e Ensino Superior e o Ministério da Cultura contrataram mais 665 pessoas, ou seja, 100 por mês. São dados do último Boletim do Emprego Público, agora divulgados. No ministério de Mariano Gago entraram 588 novos funcionários; no da Cultura, de Gabriela Canavilhas, entraram 77, um aumento de 3% no quadro. O que explica bastante bem por que razão a promessa de Passos Coelho de passar a Cultura para a directa dependência do primeiro-ministro pareceu à actual ministra «um retrocesso civilizacional».

Salve-se quem puder



«O que se vai sabendo do canto do cisne deste governo também não sossega os Portugueses. O "strip tease" da execução orçamental feito pela UTAO evidencia a pouca transparência de um executivo que apresenta resultados assentes no adiamento do pagamento de despesas. E as alegadas instruções governamentais para que a Imprensa Nacional Casa da Moeda oculte as nomeações públicas de última hora confirmam um deprimente estado de salve-se quem puder.»
Miguel Coutinho, ontem, no Diário Económico

O calote como legado



As dívidas incobráveis em Portugal ultrapassam os 5 mil milhões de euros, e o país só é ultrapassado pela Grécia no Índice de Risco de Pagamentos na Europa, segundo um estudo, divulgado ontem, do grupo Intrum Justitia, sediado na Suécia. Em penúltimo de uma lista de 25 países europeus, e com o índice 186 (que corresponde a «Intervenção urgente, é necessário tomar medidas para reduzir o risco»), o Portugal que Sócrates deixou é um ambiente malsão para as empresas. «Estes números demonstram que há um número crescente de empresas em falência ou a cessar a actividade e que não têm capacidade para cumprir os seus compromissos», disse ao jornal Público o director-geral da Intrum Justitia Portugal, Luís Salvaterra.

O calote como programa

O governo Sócrates atrasou pagamentos no valor de 205,9 milhões de euros para que a execução orçamental, de que Sócrates se gabava no debate com Passos Coelho, parecesse melhor do que realmente é. A informação foi dada pelo grupo de peritos que dá apoio ao Parlamento, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental. Adiando pagamentos (citamos) «relacionados com pessoal, aquisição de bens e serviços e outras transferências correntes», a dupla Sócrates/Teixeira dos Santos deu a ilusão de que a despesa teria caído 3,6%, em vez dos reais 1,6% (um valor que, ainda assim, estaria aquém dos objectivos do memorando de Entendimento subscrito com FMI, UE e BCE.

Ainda a tinta da sua assinatura não secou, já Sócrates está a tentar enganar, além dos Portugueses, as instituições que nos prestam ajuda.


Quando Pedro Passos Coelho lhe pediu alguma seriedade e que não empurrasse as contas com a barriga, Sócrates respondeu, mais uma vez, no tom e com a elevação intelectual e democrática que trouxe à política portuguesa: chamou-lhe ignorante e disse que pensasse antes de falar. Depois, fingiu que os adiamentos tinham só a ver com descontos para a Caixa de Aposentações. Mentira, mais uma vez. O FMI, se tivesse que voltar a lidar com Sócrates, desmenti-lo-ia mais uma vez. E nesse caso, é claro, seríamos nós a pagar a conta. Mais uma vez.

«Financial Times» retrata as negociatas socialistas



Sob o título «Uma lição privada para os que não estão pelos lucros», Luke Johnson faz ontem, na pág.12 do Financial Times, na sua coluna «O empreendedor», uma comparação das vantagens das economias de mercado, por um lado, e dos que têm outra visão. As suas considerações sobre a alternativa à economia de mercado, embora feitas em termos gerais, são o doloroso retrato do que acontece quando gente como Sócrates começa a louvar o investimento público «como motor da economia». Escreve Johnson: «(As alternativas ao mercado) sofrem de incentivos preversos e apropriação interna. Esta última frase descreve o fenómeno de executivos, pessoal e administrações das instituições acabarem por acreditar que todo o edifício existe unicamente para seu proveito. Apropriam-se, então, do controlo, visto não haver um proprietário legítimo que os contrarie - abusam da sua posição de poder para explorar um vazio. Isto pode acontecer em instituições de caridade, ramos de governo centrais e locais e organizações não lucrativas de toda a espécie - bem como em muitas das maiores empresas públicas.»

Um louco em contramão



Um condutor que acelera em contramão, enquanto vai gritando com todos os condutores por estarem a conduzir do lado errado ... era assim que o jornal espanhol ABC descrevia José Sócrates em Abril passado, num artigo sob o título «Um antipático contra todos» (inspirado pelas irritações de Sócrates contra jornalistas que lhe fizeram perguntas durante uma conferência de imprensa em Bruxelas). Veja aqui o retrato da nossa desgraça.

«Temos mesmo que mudar de vida!»

Cavaco Silva, durante a cerimónia do centenário do Instituto Superior de Economia e Gestão.

Vote Bancarrota, vote Sócrates!

«Quem quiser votar na bancarrota do país, quem quiser assinar e votar na maior taxa de desemprego dos últimos 90 anos, na maior dívida pública dos últimos 160 anos, no pior crescimento económico dos últimos 90 anos, na pior dívida externa dos últimos 120 anos, na pior taxa de poupança dos últimos 50 anos, na segunda pior taxa de emigração dos últimos 160 anos... quem quiser isto tudo, no dia 5 deve votar na continuação das políticas dos últimos anos. Quem quiser uma inversão de curso, quem estiver interessado em ficar no país e estiver interessado em dar um futuro aos seus filhos, é melhor que pense duas vezes.»
Álvaro Santos Pereira, economista, em entrevista à Rádio Renascença.

Sócrates: arruinar o país para melhor o «neoliberalizar»

«Somente agora, ao ler o memorando da troika para os próximos anos, me dei conta de que o nosso primeiro-ministro é um visionário e um génio da governação. Sócrates arrastou o país até à beira da insolvência e colocou a pátria a chafurdar na lama apenas para a poder reestruturar de cima a baixo. Sempre pensei que ele fosse o vírus, e afinal é a vacina: injectou no nosso corpo a maleita para que nunca mais fiquemos doentes.»
«Reparem como Manuela Ferreira Leite acabou por ganhar ontem as eleições legislativas de 2009. Tudo o que ela disse na campanha que ia acontecer, aconteceu; tudo o que ela disse que era preciso fazer, vai ser feito. Chamar "memorando" ao documento da troika é o mesmo que chamar "malandreco" a bin Laden. Aquilo é o programa do governo para os próximos anos, que revoluciona Portugal em todos os sectores que contam: economia, saúde, justiça, educação. Em vez de gastar milhões em estudos e consultores, Sócrates arranjou uma equipa de técnicos altamente qualificados que trabalharam de graça e no final ainda emprestaram 78 mil milhões de euros. O resultado está à vista: o programa com que a direita liberal sempre sonhou vai finalmente ser aplicado em Portugal. Sócrates, afinal, era um lobo neoliberal vestido na pele de um cordeiro socialista. A sua incompetência, o seu cinismo, as suas mentiras, eram apenas o estrume necessário para que um novo país crescesse forte e viçoso. Só tenho duas palavras para ele: obrigado, José»
João Miguel Tavares, CM

Junqueiro recomenda a bancarrota

José Junqueiro, cabeça de lista socialista por Viseu, está muito entristecido por os Portugueses, em geral, e a oposição, em particular, não baterem palmas ao governo que os trouxe á falência. Disse Junqueiro, em comício, na segunda feira: «Nós fizemos, eles criticam.»
Eis, mais uma vez e sempre, o que eles fizeram e celebram, e que caiu sobre os Portugueses e eles criticam:

Sócrates e a sua obra ímpar

Ontem, mais uma vez, José Sócrates pediu votos nas próximas eleições para que o seu governo possa prosseguir o trabalho. Recordemos, em números, o orgulho do pior primeiro-ministro da nossa história:

Veja as diferenças

«(José Luis Zapatero) desistiu de se recandidatar porque as medidas de austeridade que tomou deram cabo da sua popularidade ... (José Sócrates) ainda tem hipóteses porque embora anunciando as medidas difíceis (Maio de 2010) não as implementou.»
««Zapatero, pela coragem que teve (até na decisão de não se recandidatar... que abriu caminho à renovação no PSOE) foi uma surpresa (...) revelou-se um estadista: a execução do plano de austeridade valeu à Espanha distanciar-se da Grécia, Irlanda e Portugal (...) Sócrates, que inicialmente prometia muito com a sua determinação, foi uma desilusão. O eleitoralismo de 2009 (a despesa corrente primária subiu 8,8% à conta das eleições) e os disparates posteriores precipitaram a ajuda externa.»
«Zapatero vai ficar na História. Já Sócrates será lembrado como o político que conduziu o país à
pré-bancarrota»
Camilo Lourenço, Jornal de Negócios

Veja as diferenças

Se José Sócrates é o grande defensor do estado social e da escola pública, porque é que José Sócrates tem os dois filhos, Eduardo e José Miguel, em colégios privados de elite, o Colégio Moderno e Colégio Alemão?
Se Pedro Passos Coelho é o grande destruidor do estado social e da escola pública, porque é que Pedro Passos Coelho tem as duas filhas, Joana e Catarina, em escolas públicas?

O grande líder discursa às massas

Gravação inédita dos trabalhos do último Congresso do Partido Socialista. O grande líder José Sócrates discursa perante as cabeças pensantes (pelo menos 99,999% delas)

domingo, 22 de maio de 2011

Exploração de dependentes e gasto de dinheiros públicos em campanha

Vale a pena ver esta reportagem da tvi24, emitida ontem. Nela se vêem imigrantes - alguns que dizem não ter ainda documentação de residência e trabalho aprovada, outros que revelam ter sido trazidos «da embaixada», outros que contam que não podem votar, outros que não falam português - trazidos pelo PS em camionetas para abrilhantar os comícios de Sócrates. Vale a pena ouvir também as declarações de duas senhoras de idade, que contam inocentemente que o seu grupo veio porque «é gratuito», a junta de freguesia pagou camioneta, almoço e viagem. É tudo muito parecido com a arregimentação para propaganda partidária de pessoas que estão em situação de dependência da boa vontade de serviços do Estado. É tudo muito parecido com gasto de dinheiros públicos de uma autarquia para ajuda à desinformação socialista. O jornalista, que fala da «máquina» socialista, intitulou a sua reportagem «Assim se vê a força do PS». Vêem-se, com efeito, um certo tipo de força e outras coisas lamentáveis que merecem investigação urgente.