quinta-feira, 2 de junho de 2011

Da falsificação para a farsa

Sócrates, 5ª feira, em campanha, falando à Sic sobre a «descida substancial» da Taxa Social Única, prevista no acordo de resgate internacional, que subscreveu:
João Adelino Faria: «A seu ver, o que poderá ser essa descida substancial?»
José Sócrates: «Espero que seja uma descida pequena.»

O que ele não pode dar

Ontem, em campanha, em mais uma manifestação do ponto único do seu programa, que é atacar a oposição, Sócrates perguntou, sobre Passos Coelho, «de que lado é que ele está?», se da troika, se de Portugal. E mais disse o ainda primeiro-ministro por 2 dias: «Ir além das medidas de austeridade, ir além desses sacrifícios, é pedir ao país algo que o país não precisa de dar.»
Eis, em toda a clareza, porque é preciso erradicar José Sócrates.
Porque ainda finge que a ajuda externa não foi uma necessidade resultante do seu desgoverno..
Porque julga que o programa da troika (que ele assinou) é o seu PECIV, que só pedia sacrifícios ao povo, e não dava esperança alguma em termos de competitividade da economia, de retirada do peso do Estado e dos boys de cima da economia, de proibição de negociatas de bastidor entre os socialisas e as empresas amigas. É isso exactamente o que Sócrates não quer.
Quando diz que o PSD está «a pedir ao país algo que ele não precisa dar», o que Sócrates está a dizer realmente é que a vitória de Passos Coelho vai «dar ao país algo de que o PS não quer largar mão».

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A herança da emigração (aos níveis da ditadura)

Desde 2007 até hoje, sairam de Portugal para trabalhar no estrangeiro 100 mil pessoas por ano, o maior fluxo de emigração desde 1973.
No que toca apenas aos inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional, soube-se hoje que emigraram, em Janeiro, 1640 pessoas; em Fevereiro, 1494; em Março, 1945; e em Abril, 2104, totalizando 7183 pessoas que optaram por procurar no estrangeiro o trabalho que não conseguem aqui.
E agora, palavras de Sócrates, em Agosto de 2008: «Portugal criou quase 134 mil empregos desde que o governo tomou posse.»

O grau zero de seriedade

A dimensão da falta de seriedade dificulta, às tantas, os qualificativos. Vale a pena ler esta notícia exemplar do Público online. Excertos:
 
«Durante a campanha eleitoral, o primeiro-ministro disse que apenas irá aceitar uma descida “pequena” e “gradual” da TSU, salientando que essa medida está ainda “em estudo”.»

«Contudo, no memorando assinado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) – o chamado Memorando de Políticas Económicas e Financeiras, que só hoje foi divulgado – o Executivo comprometeu-se com uma “redução significativa da contribuição das empresas para a Segurança Social” ("major reduction", no original).»

«De acordo com o programa, esta medida terá de estar definida até final de Julho, data em que a missão da troika virá a Portugal fazer a primeira avaliação da prossecução do programa, e deverá ser implementada no contexto do Orçamento
do Estado de 2012.»

«No documento assinado pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, e pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, a descida da taxa social única inscreve-se no restrito grupo de medidas (cerca de 20) que recebem o carimbo de structural benchmark, o que significa que é uma proposta que tem mesmo de ser cumprida.»

Sem dignidade até ao fim

O ministro da Defesa e dirigente socialista, Augusto Santos Silva, foi convidado do jornal das 22 horas da tvi24, a decorrer,  para falar do caso da agressão a um recruta dos fuzileiros. Informado pelo apresentador de que falariam, depois, sobre a campanha eleitoral, Santos Silva articulou que «como sabe, eu ou falo numa qualidade ou noutra» (governante ou propagandista).
Parecia - pareceu por momentos - que um dos mais destacados responsáveis socialistas pela produção de graçolas e grosserias fora tomado por alguma noção módica de dignidade, a 3 dias de ser mandado embora.
Mas não: sem intervalo, Santos Silva passou a proferir longas e azedas considerações sobre a campanha eleitoral.
Mais vale assim ... Até ao último momento, nem uma pinga de sentido de Estado.

terça-feira, 31 de maio de 2011

A herança da juventude sem esperança

O grande defensor do estado social deixa, após os seus 6 anos de governo, uma taxa de desemprego de 27,4% entre os jovens com menos de 25 anos.

A herança do ataque às famílias

O grande defensor do estado social cortou o abono de família a 645 000 famílias desde Novembro do ano passado, altura em que, nas suas palavras, tudo estava bem.

A herança do desemprego

O grande defensor do estado social deixa obra histórica no desemprego em Portugal, que subiu para 12,6%, segundo números do Eurostat divulgados ontem. Contando com as pessoas não inscritas nos centros de emprego, o total de Portugueses sem trabalho ultrapassa os 900 000. Dos desempregados inscritos, 54% não recebem subsídio de desemprego. Quantos quererão que ele continue «lá onde tem estado»?

As propostas de Sócrates em resumo

Sem credibilidade e sem programa, estas são as propostas que tem para o país o ainda primeiro-ministro José Sócrates, que assumiu, 4 dias antes o papel de líder da oposição, com a devida vénia a David Levy, d`O Insurgente:

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A ruína para o país, os milhões para o PS

Esta fotografia e a informação sobre a monstruosa máquina de propaganda do PS, são daqui, uma visita obrigatória para saber mais, e pensar se não estará na altura de chamar a polícia.

Um carácter sem hesitações nem ziguezagues

Há gente a quem não se pode comprar nem um apara-lápis, há gente com quem não pode contratar-se nem o aluguer de um palito. Mas há gente que exagera.

Recapitulando. Se bem compreendemos, este senhor indignou-se muito com o programa do PSD e com Pedro Passos Coelho, porque defendiam uma descida substancial da Taxa Social Única.

Mas verificámos imediatamente que este mesmo senhor tinha assinado um acordo de ajuda externa com a missão tripartida FMI/UE/BCE onde se comprometera a fazer uma «descida substancial» da Taxa Social Única.

Este senhor, no entanto, dizia que não havia pressa, que primeiro ia fazer uma análise para realizar uma proposta para conduzir a um estudo que possibilitasse a seu tempo fazer o que a missão exigia.

Mas viemos a saber agora que este mesmo senhor assinara com a missão tripartida um outro acordo depois do primeiro acordo - sem dizer nada aos Portugueses, ou aos co-signatários, ou fosse a quem fosse (como é seu costume) -, no qual novo acordo se comprometera e ao país a que a redução da TSU, além, de «substancial», fosse feita já em Julho, e não no fim do ano ou em 2012.

Se bem me lembro, foi também este senhor que atacou muito Passos Coelho por contemplar co-pagamentos na saúde, o que era, dizia este senhor, um ataque ao estado social lá dele.

Mas viemos a saber que este senhor comprometera o país junto da missão de ajuda externa a estabelecer co-pagamentos já em Julho.

Este senhor é, na verdade, uma enorme fonte de perplexidade. Sobretudo desta: que não há qualificativo que pareça justo ou suficiente para o que este senhor tem como carácter e comportamento.



Expedientes e desinformação

Para saber como Sócrates arregimenta «multidões», e como os orgãos de comunicação social escolhem ser cegos perante a manipulação, leia e veja este completo relatório e balanço da vergonha.

B-A-BA da intoxicação

Como a tropa de ai-que-choque de Sócrates desentende e manipula as notícias, aqui.http://blasfemias.net/2011/05/29/passos-coelho-da-mais-um-tiro-no-pe/

Propaganda pela culatra

Como três grandes arquitectos dão uma lição de honradez ao candidato a anfitrião e primeiro-ministro ainda por 5 dias.

50 medidas para mudar e melhorar

Em alternativa à crispação, à manipulação e à ruína que Sócrates promete, 50 medidas para Portugal viver melhor, segundo o programa e a campanha de Pedro Passos Coelho (com a devida vénia ao Albergue Espanhol)

sábado, 28 de maio de 2011

É, de facto, preciso fazer um desenho

Quando o governo tem comportamentos irresponsáveis e perigosos, alguns jornalistas sentem grande embaraço para noticiar. Ontem à noite, na SicNotícias, Marcelo Rebelo de Sousa explicou por que razão não é uma questão de «pormenor», como diz Sócrates e alguns orgãos de informação repetem, ter uma versão final do acordo com a troika diferente da versão que os partidos da oposição assinaram.
«É grave, primeiro, que a União Europeia tenha alterado um compromiso assinado com um país.»
«Segundo, que o governo não tenha dito nada aos partidos de oposição que assinaram».
«Portanto, fica muito mal a União Europeia que não disse nada a ninguém, nomeadamente ao PSD e ao CDS, e fica muito mal o governo, que não disse nada ao país, nem ao PSD, nem ao CDS.»
«Não dá para explicar. Em qualquer país do Mundo seria um escândalo em relação ao governo e em relação à União Europeia.»
Não dá para explicar. Nem dá para entender por parte daqueles profissionais da informação que considerarão mais esta manobra de Sócrates uma coisa muito «hábil», muito «determinada», muito na linha de «o seu melhor.»

Intoxicação III

Porque é que o jornal das 22 horas da SicNotícias ainda insiste que Cavaco critica a ideia de Passos Coelho de um governo apenas com 10 ministros, depois de Cavaco desmentir que pense ou tenha dito isso?

Intoxicação II

Estavam muito enfáticas, no jornal das 22 horas de sábado, da tvi24, Teresa de Sousa e Constança Cunha e Sá, falando do «recuo» de Passos Coelho na sua promessa de um governo mais económico, com apenas 10 ministros. Pena não terem ouvido bem o que Passos Coelho disse: que, se não tivesse a maioria que pede, a vontade dele poderia não prevalecer, poderia ter que aceitar uma negociação com outros partidos que inflacionasse os cargos ministeriais. Passos Coelho, portanto, não recuou. Fez um desafio, aquilo que no toureio se chama carregar a sorte. Ou seja, avançou.
Mas é claro que todos sabemos que as ideias feitas são muito duras de ouvido.
Gostam é muito de falar: como estas duas comentadoras, que passaram o seu tempo a criticar a falta de debate na campanha, e, simultaneamente, a criticar Passos Coelho por apresentar uma ideia todos os dias. Parecia que não sabiam o que diziam. (E não.)

Intoxicação I











Manchete de edição do Expresso de Fevereiro passado. Por favor conferir com as notícias acerca da aceleração a fundo do défice que vieram a confirmar-se.


Manchete de edição do Expresso de Fevereiro passado. Por favor conferir com as notícias acerca de uma troika FMI, União Europeia, e Banco Europeu que visitou o país e impôs um programa de austeridade menos de 3 meses depois.    


Notícia do Expresso de ontem sobre uma oposição de Cavaco a um Governo reduzido, como Passos Coelho o quer. Por favor conferir com o desmentido de Cavaco, feito no mesmo dia.

É claro que o Expresso é um jornal de referência. Só não nos apetece agora dizer de quê.








Notícia da década: Sócrates fala verdade!

Sócrates, hoje, em Caxinas : «O Fábio Coentrão é mais popular em minha casa do que eu na casa dele.»

Como a juventude socialista ...

Aqui, algumas considerações, por vezes em linguagem um pouco rude, sobre a amorosa bolha de protecção que alguns orgãos de comunicação social (à semelhança das tropas da juventude socialista) estabelecem em redor de Sócrates.

Para nos livrarmos da sarna

Sobre os jornalistas que se queixam de não serem debatidas as «questões importantes», e sobre como acabam a elogiar quem foge a responder a uma única delas, um texto notável de José Manuel Fernandes, aqui, para pôr as coisas em perspectiva.

O analista e o carteirista

Um comentário refrescante sobre aqueles jornalistas e comentaristas que, ouvindo Sócrates mentir, registam apenas que o faz com determinação e vigor.

Neves e o nevoeiro cor de rosa

Porque é que a Sr.ª Anabela Neves, destacada pela Sic para cobrir a campanha do PSD, descreve como mera «confusão» o avanço de militantes socialistas (bem identificados com cartazes e bandeiras) contra a caravana do PSD e de Passos Coelho, hoje, em Braga?
Porque é que a Sr.ª Anabela Neves, da Sic, insiste tanto que o avanço e as provocações dos socialistas foram feitas «controladamente», como insistiu 3 vezes?
Porque é que a Sr.ª Anabela Neves, da Sic, considera que Passos Coelho não deveria ter parado para ver e cumprimentar os participantes de uma feira medieval, ontem, em Braga, pelo simples facto de, diz ela, a iniciativa ser da Câmara, e a Câmara ser socialista?
Porque será que a Sr.ª Anabela Neves não é capaz de fazer uma reportagem jornalística?

Santos Silva diz os disparates que nem Sócrates quer dizer

Estando o socialista José Lello, habitual produtor de grosserias, ocupado a admoestar o presidente do seu partido, Almeida Santos, por recomendar a Sócrates que se retire após a derrota eleitoral, coube ontem a Augusto Santos Silva dizer alguns dislates sobre um incidente contra a campanha PS, no Algarve.
Depois de - com o sorrisinho com que revela que considera muito inteligente tudo o que diz - culpar o PSD por um espontâneo algarvio ter gritado que Sócrates não serve, Santos Silva exaltou-se com a sua própria importância, e gritou que Passos Coelho deveria condenar os incidentes, porque dizer que é «lamentável»  não chega; lamentar, disse ele, é o mesmo que subscrever. Azar dos Silvas: minutos antes, o ainda primeiro-ministro considerara os incidentes «lamentáveis». A crer em Santos Silva, Sócrates subscreve os incidentes de que foi vítíma.
Santos Silva. Aos tropeções na própria «acutilância».

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Já estão de olho nele

O Wall Street Journal, um dos mais reputados jornais económicos do Mundo, relata aqui as jogadas de Sócrates para alindar a execução orçamental falhada - ainda mal assinou o acordo de ajuda externa.. As toscas manipulações do ainda primeiro-ministro não passam, hoje, nem cá dentro, nem lá fora. Se o deixássemos prosseguir, na primeira auditoria do FMI, ao fim dos 3 primeiros meses, teríamos desastre e tragédia.

Outro ministro de Sócrates diz porque não votar nele

Freitas do Amaral, ministro-estrela dos Negócios Estrangeiros do primeiro governo de José Sócrates, enunciou ontem, ao Diário Económico, as 5 razões por que não se deve votar Sócrates, e sim Passos Coelho. Estão aqui, em toda a sua verdade e crueza. Há semanas, o ministro das Finanças do 1º governo Sócrates, Luís Campos e Cunha (que se demitiu em 2005, tão cedo compreendeu para onde o país estava a ser levado) recordara no Público que avisara antes, e repetia agora que Sócrates conduziu o país à ruína.

PS prepara sucessão de Sócrates

«As SCUTs foram um erro histórico», disse, 4ª feira, Francisco Assis, durante um debate na tvi24. Os sucessores de Sócrates já derimem o futuro (e os jornalistas amigos que, perante tais declarações no PSD clamariam «Contradição, trapalhada!», vão já, já começar a dizer que há «um debate interno muito rico»).

Sócrates sacou dinheiro da Segurança Social

O Diário Económico noticiou anteontem que o governo Sócrates de facto recorreu ao Fundo da Segurança Social para colocar dívida no mês de Abril passado. A notícia está confirmada até pelo facto invulgar e suspeito de o despacho do ministro que autorizou o negócio só na passada segunda-feira ter sido publicado em Diário da República.
A notícia, que é de uma gravidade extrema (e não foi referida em Abril, nem retomada agora pelas televisões - por incompetência ou cumplicidade) foi desmentida pelo governo Sócrates, quando dela correram rumores há dois meses. Compreende-se o recato: o facto de Sócrates ter ido sacar ao Fundo dinheiro que é administrado para garantir os pagamentos de subsídios e pensões pela Segurança Social, revela que o homem que considera que «a ajuda externa é prejudicial ao país» (debate com PPC) é capaz de tudo para poder agir sem vigilância ou controlo.

Calote, irresponsabilidade, manipulação, ilusionismo

«Os sinais de que temos governantes irresponsáveis multiplicam-se a cada dia. Senão, veja-se. Na 3ª feira, a UTAO denuncia que a execução orçamental do 1.º trimestre está afectada porque o governo adiou o pagamento de 200 milhões de euros. No mesmo dia, o ministério das Finanças diz que os 200 milhões são coisa pouca. Nessa noite o 1.º ministro faz um lamentável número de ilusionismo, dizendo que estavam apenas em causa atrasos nos descontos para a Caixa Geral de Aposentações. Esqueceu-se dos pagamentos adiados ... E, pasme-se, deu a entender que quando o Estado se atrasa nas contribuições não é grave (...) Já alguém questionou o FMI sobre estas jogadas, nomeadamente a manipulação da execução orçamental? (...) Um dia destes o FMI (vem) dizer publicamente que a ajuda externa está suspensa.»
Camilo Lourenço, ontem, no Jornal de Negócios

Trágico e obsceno

«Ouvir Sócrates e o seu PS saltearem o medo dos pobres de sempre e dos novos pobres, ouvi-los falar em "povo" e em "classes sociais", é mais do que simplesmente trágico. É obsceno. E nem sequer estou a falar do fim dos abonos de família, bolsas e prestações sociais. Seria demasiado óbvio. O que é preciso dizer é outra coisa de mais profundo. Sócrates e o seu PS de betinhos e instalados cavaram uma tal cratera de interesses, um tal vaivém promíscuo entre o Estado e certos grupos económicos, que de "povo", de atenção às desigualdades e até de esquerda ou de direita estes puros não têm nada.»
«Quando os vejo encher a boca com o "povo" e os "pobres, só me lembro dos amigos socialistas que literalmente enriqueceram nestes últimos 15 anos sob o alto patrocínio do poder do Estado. Lembro-me dos Ruis Pedros, Varas, administradores de empresas públicas, banqueiros, construtoras civis. Lembro-me de negociatas como o terminal dos contentores de Alcântara, das adjudicações directas, das Scut, das leis cozinhadas em gabinetes para servirem uns quantos destinatários.»
«Esta esquerda dos interesses é igualzinha à direita dos interesses. Suga o país, o Estado, os que trabalham. E Sócrates assistiu a tudo, permitiu tudo, porque é feito dessa mesma massa.»
Pedro Lomba, jurista, professor universitário, ontem, no Público

À socapa, à pressa, mais 53 «boys» ao tacho

Rui Sá Gomes, director dos serviços prisionais, nomeou 53 adjuntos de direcção 2 dias depois de o governo Sócrates apresentar a demissão. As nomeações foram feitas sem aval do Ministério das Finanças e nenhuma delas foi publicada em Diário da República. Segundo o Ministério da tutela, o da Justiça, foi tudo um caso de «absoluta necessidade». O tempo foge.

«Isto é que é preciso erradicar da política»

António Lobo Xavier, ontem na Quadratura do Círculo

Contas falsificadas, mistificação e mentira

«Segunda mentira», continuou António Lobo Xavier, ontem, no programa Quadratura do Círculo, «Segunda mentira: a questão dos números da execução orçamental. A execução orçamental foi vendida como números fantásticos e um êxito fantástico. Rapidamente apareceu (felizmente ainda existem em Portugal algumas pequenas ilhas de respeitabilidade) veio a Unidade Técnica que apoia o Parlamento dizer que os números da execução orçamental só têm aquela aparência positiva por se terem retardado pagamentos em geral. Portanto, não corresponde à realidade. Mais: comentadores insuspeitos projetam um défice preocupante se os números forem olhados na sua realidade. Isto é que é preciso erradicar da política.»

Nomeações à pressa, mistificação e mentira

«Não há nada no Mundo que possa evitar a tendência para a mistificação e a mentira do primeiro-ministro José Sócrates», disse, ontem, António Lobo Xavier, no programa Quadratura do Círculo, escalpelizando dois casos recentes (como a generalidade dos «jornalistas» das televisões se esqueceram de fazer, por incompetência ou compromisso). Lobo Xavier: «Primeiro, a história da não publicidade das nomeações. Soube-se que havia nomeações para lugares públicos que não eram publicitadas. E soube-se ainda que havia instruções do governo para não dar publicidade às nomeações.»
«O que é que veio dizer o primeiro-ministro, com a sua tentação imediata para a mentira? " Ah, não..." - até com o ar do Dr. Pinóquio, que era um personagem do Herman no Tal Canal - "Não, não dar publicidade era uma coisa boa, era para o novo governo tomar então a decisão final." É mentira. É evidente que é mentira (...) Se queria dar essa liberdade, não nomeava as pessoas. Era mentira.»

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Veja os peixinhos, ouça o polvo

Novas formas de arregimentação para os comícios de Sócrates: agora, visitas grátis ao oceanário (em letras garrafais) seguidas de um comíciozito (em letra pequena). veja o convite aqui http://31daarmada.blogs.sapo.pt/5077291.html

Piada nada simplória

Dito certeiro que corre na Internet, a propósito dos estrangeiros indocumentados que o PS mobiliza para os comícios, citado ontem por Joana Amaral Dias, no Directo ao Assunto, da RTPN: «Os imigrantes em Portugal fazem o trabalho que os Portugueses não querem fazer: ir aos comícios de José Sócrates.»

Troika-Tintas III

«O défice orçamental de 2010 ficará "bem abaixo" dos 7,3% previstos pelo governo, anunciou esta manhã o primeiro-ministro, em conferência de imprensa conjunta com o ministro das Finanças. Por isso mesmo, concluiu, «partimos com boa expectativa para o valor final do défice (...) o Estado português não só vai cumprir a meta do défice, como vai ficar claramente abaixo desse valor.»
de Agência Financeira, 11 de Janeiro de 2011

«O INE, em sintonia com o Eurostat, anunciou este sábado uma revisão da notificação relativa ao Procedimento dos Défices Excessivos enviada a Bruxelas no final de Março. Agora, o défice de 2010, que já fora revisto em alta para 8,6 por cento do PIB, passa a ser de 9,1 por cento, por causa de três contratos de Parcerias Público Privadas (PPP).»
do Público, Abril de 2011

Troika-Tintas II


«O secretário-geral do PS afirmou hoje, quinta-feira, que o défice de 2009 ficará dentro da média europeia, nos 5,9%.»
do Jornal de Notícias, de 23 de Julho de 2009

«Portugal com um défice de 9,4% do PIB, apresenta o quinto maior buraco orçamental entre os países do euro»
do Jornal de Negócios de 22 de Abril de 2010

Troika-Tintas I

«Os jornalistas só falam do FMI, mas Portugal não precisa de nenhuma ajuda externa, não precisa de nenhum FMI, nem de nenhum conselho do FMI. Estamos a obter resultados
José Sócrates, Janeiro de 2010

«Era inevitável e inadiável o pedido de ajuda externa.»
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, ontem, em Lisboa.

«A crise, foi Portugal que a auto-infligiu.»
Angel Gurria, secretário-geral da OCDE, ontem, em Paris

O fundo do tacho para os «boys»









Já depois de entrar em vigor, em 1 de Julho de 2010, o congelamento de admissões em toda a Administração Pública, e apenas nos últimos seis meses desse ano, o Ministério da Ciência e Ensino Superior e o Ministério da Cultura contrataram mais 665 pessoas, ou seja, 100 por mês. São dados do último Boletim do Emprego Público, agora divulgados. No ministério de Mariano Gago entraram 588 novos funcionários; no da Cultura, de Gabriela Canavilhas, entraram 77, um aumento de 3% no quadro. O que explica bastante bem por que razão a promessa de Passos Coelho de passar a Cultura para a directa dependência do primeiro-ministro pareceu à actual ministra «um retrocesso civilizacional».

Salve-se quem puder



«O que se vai sabendo do canto do cisne deste governo também não sossega os Portugueses. O "strip tease" da execução orçamental feito pela UTAO evidencia a pouca transparência de um executivo que apresenta resultados assentes no adiamento do pagamento de despesas. E as alegadas instruções governamentais para que a Imprensa Nacional Casa da Moeda oculte as nomeações públicas de última hora confirmam um deprimente estado de salve-se quem puder.»
Miguel Coutinho, ontem, no Diário Económico

O calote como legado



As dívidas incobráveis em Portugal ultrapassam os 5 mil milhões de euros, e o país só é ultrapassado pela Grécia no Índice de Risco de Pagamentos na Europa, segundo um estudo, divulgado ontem, do grupo Intrum Justitia, sediado na Suécia. Em penúltimo de uma lista de 25 países europeus, e com o índice 186 (que corresponde a «Intervenção urgente, é necessário tomar medidas para reduzir o risco»), o Portugal que Sócrates deixou é um ambiente malsão para as empresas. «Estes números demonstram que há um número crescente de empresas em falência ou a cessar a actividade e que não têm capacidade para cumprir os seus compromissos», disse ao jornal Público o director-geral da Intrum Justitia Portugal, Luís Salvaterra.

O calote como programa

O governo Sócrates atrasou pagamentos no valor de 205,9 milhões de euros para que a execução orçamental, de que Sócrates se gabava no debate com Passos Coelho, parecesse melhor do que realmente é. A informação foi dada pelo grupo de peritos que dá apoio ao Parlamento, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental. Adiando pagamentos (citamos) «relacionados com pessoal, aquisição de bens e serviços e outras transferências correntes», a dupla Sócrates/Teixeira dos Santos deu a ilusão de que a despesa teria caído 3,6%, em vez dos reais 1,6% (um valor que, ainda assim, estaria aquém dos objectivos do memorando de Entendimento subscrito com FMI, UE e BCE.

Ainda a tinta da sua assinatura não secou, já Sócrates está a tentar enganar, além dos Portugueses, as instituições que nos prestam ajuda.


Quando Pedro Passos Coelho lhe pediu alguma seriedade e que não empurrasse as contas com a barriga, Sócrates respondeu, mais uma vez, no tom e com a elevação intelectual e democrática que trouxe à política portuguesa: chamou-lhe ignorante e disse que pensasse antes de falar. Depois, fingiu que os adiamentos tinham só a ver com descontos para a Caixa de Aposentações. Mentira, mais uma vez. O FMI, se tivesse que voltar a lidar com Sócrates, desmenti-lo-ia mais uma vez. E nesse caso, é claro, seríamos nós a pagar a conta. Mais uma vez.