sábado, 21 de maio de 2011

Sócrates zangado com empresário - um esclarecimento

Do leitor Rui Costa Pinto, nova e interessante informação sobre a resposta destemperada de Sócrates, quando inquirido por um empresário durante uma conferência do Diário Económico:
«Sócrates não sabia quem estava a interpelar. Dirigiu-se ao empresário dizendo que não lhe reconhecia qualquer autoridade moral. Pois bem, Peter Villax, é Vice-Presidente da Hovione, uma das maiores farmacêuticas portuguesas, que exporta 100% da sua produção para mercados com que Portugal tem pesados défices comerciais, como os Estados Unidos da América e o Japão. De facto, 50% da produção da Hovione é exportada para os EUA. Para além do sucesso exportador, a Hovione tem uma forte aposta no investimento em ciência, e é um dos maiores empregadores de Doutorados em Portugal.
(...) Por tudo isto, Sócrates não sabia a quem respondia. De facto, Peter Villax, tem a autoridade moral para se queixar de Sócrates. É que o seu trabalho permite a Sócrates vangloriar-se, mas o trabalho de Sócrates é sabotagem a empresas como a de Villax.»

Para ler melhor a comunicação social

Enquanto os indícios já visíveis não se transformam em evidência gritante, convém ler/ouvir/ver alguma comunicação social com cuidado. Convém ver, nomeadamente - e é a observação mais interessante neste momento, depois de perdidas algumas ilusões socialistas com a derrota de Sócrates no debate com Passos Coelho - se os mesmos orgãos que criticavam a «impreparação» do lider do PSD resolvem de súbito elogiar e dar relevo (em retratos, entrevistas, balanços) a Paulo Portas, o líder do CDS. Essa é uma maneira de desviar votos do PSD e minorar os estragos entre os socialistas. E a utilidade da chave é esta: quando verificar que isto é feito insistentemente, saberá que não está perante verdadeira informação, e que o seu autor é um agente político, não um jornalista.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Um grito de alma

José Gomes Ferreira, editor de economia, ontem, na SicNotícias, comentando o debate Passos Coelho/Sócrates: «Como é que é possível um primeiro-ministro dizer que o chumbo do PEC é que levou ao pedido de ajuda externa?! É a maior mistificação! Não é assim. Nunca foi assim.»

Os nossos dois principais problemas (e quem não quer resolvê-los)

Poul Thomsen, que chefiou a missão tripartida que negociou a ajuda externa a Portugal, voltou a lembrar ontem, em Washington, durante a reunião em que o FMI aprovou a sua parte do empréstimo de 75 mil milhões de euros, quais são os dois principais problemas de Portugal: «Falta de concorrência e inflexibilidade laboral». Estes são, exactamente, os dois pontos que Sócrates (e os papagueadores de serviço) mais atacam no programa do PSD, que se propõe resolvê-los em linha com o que ficou acordado com FMI/UE/BCE.

Sócrates faz auto-crítica

José Sócrates fez ontem a sua auto-crítica durante o debate com Passos Coelho ao dizer que: «Ninguém ganha eleições fazendo acusações aos outros.» Embora tenha continuado a fazê-las, o candidato socialista viria a surpreender a audiência ao reconhecer que «para vencer a crise o país precisa de um governo responsável».

Sócrates elogia Passos Coelho

Num momento especialmente surpreendente do debate eleitoral de ontem, o candidato José Sócrates fez um rasgado elogio ao seu adversário, Pedro Passos Coelho. Disse o ainda primeiro-ministro: «O senhor tem, em vários momentos da sua intervenção política, posto em causa a minha palavra.»

Sócrates revela programa do PS no debate com Passos Coelho

Nas exactas palavras de José Sócrates, ontem, no debate com Pedro Passos Coelho, na RTP, às 21 horas, é o seguinte o programa com que o Partido Socialista se apresenta às eleições de 5 de Junho:
Sobre Estado Social
Sócrates para Passos Coelho: «Vamos ter que discutir a sua proposta de revisão constitucional.»
Sobre Saúde, em geral
«Melhorar como nos últimos 3 anos» e «pedir a Passos Coelho que explique o seu programa».
Sobre o Serviço Nacional de Saúde em particular
Sócrates para Passos Coelho: «Vamos então ao seu programa sobre saúde.»
Sobre Desemprego
«Temos que discutir as propostas que o Dr. Passos Coelho faz para o mercado do trabalho.»
Sobre os erros de previsão de crescimento, défice e dívida
«O senhor diz sempre mal de tudo.»
Sobre a descida substancial («major reduction») da Taxa Social Única a que se obrigou no acordo com FMI/UE/BCE
«Tem que haver uma descida moderada.»
Sobre a divergência já registada entre a consolidação orçamental e os objectivos que subscreveu no acordo de ajuda externa:
«A maledicência faz mal ao país.»
Sobre a ajuda externa
«A ajuda externa é  prejudicial ao país.»

O debate Passos Coelho/Sócrates em resumo

«Claramente, ganhou Pedro Passos Coelho, de largo. Esmagou José Sócrates (...) José Sócrates quis ser o moderador e simultaneamente o inquisidor de Passos Coelho, e foi completamente vencido (...) Um discurso gasto, usado e completamente destroçado por Passos Coelho.»
Miguel Sousa Tavares, ontem, na SicNotícias

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O homem que não está disponível para governar com o FMI ... aliás, está ... aliás, nunca disse isso ... aliás, nunca disse isto que estou a dizer ...

http://www.youtube.com/watch?v=IgKGiL6Cc00

União Europeia (também) arrasa Sócrates - outro mau recorde histórico

Eis, em breves palavras, o retrato da situação a que o governo Sócrates nos trouxe, segundo a Comissão Europeia:
«O nível da dívida pública portuguesa vai ultrapassar em 2011, pela primeira vez, o produto interno bruto do país, de acordo com o relatório sobre as Previsões da Primavera da Comissão Europeia publicada ontem. Bruxelas estima que a dívida pública portuguesa aumente de 93 por cento do PIB em 2010 para 101,7 em 2011 e 107,4 em 2012.»

Relatório do Banco de Portugal arrasa Sócrates - o principal que ficou por fazer

Se bem se lembram, Sócrates passou anos incensando os benefícios das obras faraónicas e os milhares de postos de trabalho que a sua versão pedestre de Keynes criaria. Mas, quando o Banco de Portugal, no seu Relatório Anual, considera as reformas estruturais urgentes acordadas com FMI/UE/BCE para dar competitividade e crescimento a Portugal, acaba por fazer o triste retrato das coisas que o governo não fez. Eis como o plano de ajuda externa aponta soluções que a propaganda socialista não trouxe:
«As principais medidas estruturais concentram-se em quatro áreas: o mercado de trabalho, o mercado de bens e serviços, o mercado de arrendamento e o sistema judicial. O Programa contém um conjunto abrangente de reformas estruturais que têm como objetivos um maior crescimento potencial, o aumento da competitividade e o ajustamento mais célere da economia. Estas áreas estão no centro das principais fragilidades de natureza estrutural da economia portuguesa.»

Relatório do Banco de Portugal arrasa Sócrates - 4 vezes pior que os outros

Se bem se lembram, a bancarrota a que Sócrates nos trouxe tem duas explicações: a crise internacional e o pessimismo de quem o critique. Mas as instituições que nos acodem e o Banco de Portugal têm da realidade uma visão mais adulta. Eis o que diz do desemprego, na pág. 128, o relatório anual divulgado ontem:
«O aumento do desemprego, à semelhança do observado em 2009, ocorreu de forma generalizada, abrangendo todas as faixas da população e setores da economia (...) O emprego total da economia diminuiu 1.5 por cento em 2010, o que refletiu a desacele-ração da atividade económica iniciada no final de 2008. Esta evolução representa uma diminuição quase quatro vezes superior ao observado na área do euro.»

Banco de Portugal - a vantagem de chamar gente competente

Com notável (mas inteiramente patriótica) falta de cerimónia, o Banco de Portugal não se coibe de sublinhar como as metas e objectivos do governo Sócrates não eram dignos de confiança, e de como os estabelecidos no Memorando de Entendimento celebrado com FMI/UE/BCE são. Escreve assim:
«Os novos objetivos para o défice orçamental situam-se acima dos anteriormente assumidos pelas autoridades e são claramente mais realistas.»
Mas - não vão os Portugueses pensar que quem não foi rigoroso nem realista pode levar a bom termo o acordo de auxílio - O Banco de Portugal vai recomendando aos eleitores cuidado com quem põem no governo. Diz, com subtileza, assim:
«Não obstante, a sua concretização pressupõe uma execução rigorosa do orçamento no conjunto das instituições que compõem o setor das administrações públicas, incluindo em 2011.»

Relatório do Banco de Portugal - como foi Sócrates que tornou a ajuda externa inevitável

Sócrates insiste que foi o chumbo do PEC IV que trouxe o FMI (com quem também dizia que não governaria, mas governa). O Banco de Portugal, que em todo o relatório de mais de 400 páginas não fala uma única vez do PEC IV, tem uma explicação mais séria:
«Estas dúvidas (sobre as finanças públicas e a dívida externa), conjugadas com o agravamento generalizado das tensões nos mercados de dívida soberana no final de 2010 e início de 2011, acabaram por tornar inevitável o pedido de assistência internacional.»

Relatório do Banco de Portugal arrasa Sócrates - o preço de negar a realidade

Sócrates e o seu ministro das Finanças entretiveram-se durante 2 anos a dizer que o défice ia bem, a despesa melhor, a receita excelente, e que não eram precisas mais medidas. A negação da realidade tornou o mau governo ainda mais caro. Do mesmo relatório do BdP:
«Ao longo de 2010, a economia portuguesa não corrigiu significativamente os desequilíbrios macroeconómicos acumulados nos anos anteriores. Neste âmbito, duas dimensões inter-relacionadas merecem ser sublinhadas. Por um lado, a persistência de um défice orçamental muito elevado, designadamente em termos estruturais. Por outro lado, a manutenção de elevadas necessidades líquidas de financiamento da economia, ainda que em ligeira diminuição face ao ano anterior. Estes dois fatores, conjugados com a persistência de um baixo crescimento tendencial da economia, contribuíram
inter alia para avolumar as dúvidas dos investidores internacionais sobre a sustentabilidade das finanças públicas e sobre a dinâmica intertemporal da dívida externa.»

Relatório do Banco de Portugal arrasa Sócrates - a perda de credibilidade

O Relatório Anual do Banco de Portugal sobre o estado do país, publicado ontem, é um rol das razões por que Sócrates nos saiu tão caro. No seu balanço geral, o relatório começa por explicar como a situação portuguesa se tornou singular e não confiável entre todas:
«As condições de acesso aos mercados de financiamento internacionais deterioraram-se de forma acentuada ao longo de 2010 e início de 2011. Os investidores internacionais singularizaram a economia portuguesa principalmente em função do elevado nível de endividamento externo e do baixo crescimento tendencial, em conjugação com níveis do défice e da dívida pública relativamente altos e superiores ao esperado.»

Novas Oportunidades - Sócrates ao espelho

Se o seu filho ou filha trabalha e se esforça para entrar na Universidade, fique a saber como se faz à maneira do governo Sócrates (a legenda da foto do Expresso retrata toda uma maneira de fazer as coisas, todo um carácter).

Combatividade ou arruaça?

A realidade começa a ser posta perante a cara de Sócrates. E Sócrates não gosta. Nem da realidade, nem das pessoas que lha trazem. Veja aqui, o que aconteceu hoje numa conferência do Diário Económico, onde, antes, já Sócrates admoestara o director da publicação, moderador, por lhe fazer perguntas. Sendo assim, o director passou as perguntas para a plateia, e o resultado foi este. Com os outros líderes partidários, tudo correu educadamente.

Pergunta simplória

O epíteto de «aventureiro irresponsável» aplicado por Sócrates (e os papagueadores de serviço) a Passos Coelho cabe na classificação de «insultos» e «brejeirices» sobre que, há dias, o candidato socialista vertia lágrimas de crocodilo?

A ver quem faz jornalismo ...

Os eleitores devem prestar especial atenção ao tipo de comunicação social que têm. Como amostra, sugere-se que prestem, hoje, especial atenção aos telejornais das 20 horas, para ver se alguma televisão tenta secundarizar ou esconder a notícia do Público, um escândalo, de que afinal Sócrates preparou a privatização das Águas de Portugal, quando agora acusa de irresponsável quem quer fazê-lo. Às 13, a Sic tentou relativizar a notícia. Veremos se o brio jornalístico consegue sobrepor-se, às 20.

Sócrates autodefine-se: «um aventureiro irresponsável»

Foi, primeiro, a descida da Taxa Social Única. Mal o PSD anunciou as suas medidas programáticas, Sócrates sem programa (e os papagueadores de serviço) lançaram-se em nervosos ataques. Mas veio a saber-se que a descida da Taxa Social Única era uma medida acordada (e subscrita pelo PS) no Memorando de Entendimento com a comissão tripartida FMI/UE/BCE.
Seriedade-1, Sócrates-0
Foi, depois, a privatização da Caixa Geral de Depósitos. Mal Passos Coelho anunciou essa intenção, logo Sócrates (e os papagueadores de serviço) apontaram dedos e lançaram os epítetos de que depois tanto se queixam. Mas veio a saber-se que a privatização da Caixa Geral de Depósitos era uma medida acordada (e subscrita pelo PS) no Memorando de Entendimento com a missão tripartida FMI/UE/BCE, porque a privatização da Caixa Seguros não é outra coisa.
Seriedade-2, Sócrates-0
Foi, finalmente, a privatização das águas, sugerida por Passos Coelho. «Aventura irresponsável», clamou Sócrates (e os papagueadores de serviço). Mas vem afinal a saber-se aqui, desenvolvidamente, que o próprio Sócrates e o inefável Mário Lino (o homem que jamé tiraria o aeroporto da Ota, e que acha que há um deserto em Almada) trataram esforçadamente disso mesmo que agora chamam «aventura irresponsável».
Seriedade-3, Sócrates-0
Ninguém sério compraria um automóvel a este homem. Mas, reformulando a pergunta: comprar-lhe-ia um triciclo? E com quantas testemunhas?

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Maldades da memória

Sócrates, em 2004: «Uma taxa de desemprego de 7,1% é bem a marca de uma governação falhada.»
E 12,4 %?

Insultos a 688 900 desempregados

Sócrates prometeu criar 140 000 postos de trabalho. Findos os seus seis anos de desgoverno, tem criados 688 900 desempregados. Foi o Instituto Nacional de Estatística que ontem revelou que o número de desempregados subiu para próximo da barreira psicológica dos 700 000. A taxa de desemprego está, agora nos 12,4%, outro recorde histórico, juntamente com dívida, défice, subida de impostos, e bancarrota.
Logo veio Sócrates a «explicar» - com aquele despudor que parece ainda agradar a uma parcela decrescente do eleitorado - que isso se deve a uma nova metodologia (ou seja, a o inquérito ter passado a ser feito por telefone, e não presencialmente).
Que não, não é assim, disse imediatamente fonte do INE, que explicou que a subida do desemprego se deve à deterioração do mercado de trabalho, e, mais, que ainda que se tivesse recorrido à antiga metodologia, a taxa de desemprego teria subido à mesma.
Ao azar somou-se o ridículo: horas antes, algumas estações e jornais mais prestimosos tinham andado a anunciar que havia «menos inscritos nos centros de desemprego» (omitindo, é claro, que é fácil obter esse resultado, basta desinscrever os inscritos ou cassar-lhes o direito). Pumba: caiu-lhes o duro relatório do INE em cima.
Então, disse ainda Sócrates, articulando a velha rábula, foi «a crise internacional que afectou os empregos em todos os países». É ...  a crise internacional que afecta todos os países é uma maçada. Há-de ser por causa dela, não por causa da obra deste pobre primeiro-ministro, que Portugal será, em 2013, o único país do Mundo em recessão. (O único país do Mundo!).

O dinheiro dos contribuintes serve para a propaganda de Sócrates

Notícias como esta não causam o escândalo - ou, ao menos, a indignação - que deviam, porque há muito tempo (e inúmeras vezes e por larga margem) que Sócrates ultrapassou  toda a noção de separação entre interesses pessoais e interesse nacional, entre propaganda partidária e governo. É por isso que a vergonhosa utilização de serviços do Estado e de dinheiro dos contribuintes para uma baixa manobra de propaganda ainda parecem aceitáveis a uns quantos.
Leia e veja onde os autoproclamados heróis do Estado social, que andam a cortar nos subsídios, nas regalias, nos vencimentos, e na seriedade, afinal gastam o nosso dinheiro.

Gabinete de Sócrates promove Sócrates

O gabinete do primeiro-ministro voltou a promover as suas habilitações académicas. Através dos dados fornecidos por São Bento ao Columbia University World Leaders Forum ficamos a saber que insistem que José Sócrates se licenciou em engenharia civil por Coimbra, e tem um mestrado por um Instituto Universitário de Lisboa.

terça-feira, 17 de maio de 2011

... restaurante de luxo pa mim

Sócrates em campanha na Afurada - Camionetas e pic-nic prá rapaziada ...

Concorrência? Menos negociatas de Estado? Não, assim é mais proveitoso

Enquanto vai demonizando «os privados», é assim que o governo Sócrates vai negociando o património público, o tal que diz que é nosso.

Empresas públicas, deles

A EPAL, empresa pública tutelada pelo Ministério do Ambiente, contratou em Junho do ano passado, já em plena derrapagem das contas públicas, a cunhada do primeiro-ministro para assessora do conselho de administração. A admissão de Mara Mesquita Carvalho Fava, irmã de Sofia Fava (ex-mulher de José Sócrates), nos quadros da EPAL ocorreu após quase dois anos como trabalhadora da empresa a recibos verdes. A cunhada de José Sócrates terá um salário mensal bruto de 2103 euros, acrescido de 21,5% do ordenado por isenção de horário de trabalho. Ou seja: 2103€ + 452€ (21,5%) = 2555€ por mês.
Estão agora a compreender por que razão Sócrates acha as privatizações tão más?

Gargalhada internacional

Com base numa rábula alemã (legendas falsas), um espontâneo do Youtube chama os Portugueses das sondagens a terem mais juízo. Assim a falta de crédito do governo vai revelando novos humoristas.

Retrato da nossa vergonha caseira

Excertos da coluna de Vasco Pulido Valente no Público, de 3 de Outubro de 2010

«Um primeiro-ministro


Fora a gente sem nome que fez do PS um modo de vida, não há ninguém na política ou no jornalismo que se atreva a justificar o primeiro-ministro, José Sócrates. Não me lembro - excepto em ditadura - de nenhum homem público tão profundamente execrado. O desprezo e a hostilidade variam de tom e pretexto, mas Sócrates conseguiu unir Portugal inteiro contra ele. E não só por causa do PECIII, que infalivelmente nos levará à miséria (embora isso também conte). O que o cidadão comum detesta é a pessoa: a pessoa que ele exibe no Parlamento e no país. (...)
Nesta extravagante situação, é curioso relembrar como apareceu (e cresceu) a criatura que nos levou à ruína. Sócrates veio da província com a ambição de fazer carreira. Como educação formal, não foi além de um vaguíssimo diploma de engenheiro, extraído à complacência de uma universidade privada. E, como profissional, não se lhe conhece um currículo respeitável. E, no entanto, "subiu". "Subiu" sob a protecção de António Guterres, que fez dele deputado, secretário de Estado e, depois, ministro (do Ambiente). Não se percebe o que Guterres viu na criatura. Obediência? Dedicação ao trabalho? Algum jeito para a intriga partidária? Não se sabe. O certo é que Sócrates com certeza o serviu fielmente.
E, quando Guterres um belo dia se escapou, Sócrates, que não valia nada, emergiu de repente como um candidato plausível a secretário-geral do PS. Porquê? Por causa da RTP, que o resolveu escolher para um debate semanal com Pedro Santana Lopes. Sócrates "passa" bem na televisão (como é obrigatório num político moderno) e essa presença constante em casa de cada um acabou por o tornar numa espécie de encarnação do PS. O resto correu segundo as normas. Durante a campanha contra Manuel Alegre e João Soares, peritos de publicidade arranjaram maneira de ele não se comprometer com coisa nenhuma (uma técnica também obrigatória) e de mentir no caso de um aperto (sobre impostos, claro). Sócrates ganhou; e ganhou, a seguir, a maioria absoluta. Na noite da vitória não agradeceu ao país, com que nunca no fundo se importou. Agradeceu ao PS, a que devia tudo. E, assim, Portugal recebeu do céu (na verdade, do Largo do Rato) um primeiro-ministro, obscuro e vácuo, que não lhe merecia, em princípio, a menor confiança. Mas, tendo votado nesse grosseiro produto do PS, agora não se deve queixar.»

A brincar às escondidas com o nosso dinheiro

Não estará já em risco o normal funcionamento das instituições, quando nem o tribunal de Contas escapa às manobras de ocultação contabilística? Veja aqui, e tenha medo, muito medo.

Que sim! Que não! Que jamais! Que sempre!

Para registo no livro de recordes, secção de contradições e trapalhadas, uma candidatura pela boca do próprio aqui

Azar dos Portugueses!

Aquilo de que, afinal, não nos livrámos. (Declarações de José Sócrates ao DNa, em Setembro de 2000)

Sócrates 2004 adverte contra Sócrates 2011

Estas são declarações de José Sócrates em 17 de Novembro de 2004. Então na oposição, o líder socialista retratava melhor que ninguém a sua governação futura:
Esperem pela minha obra
«Não há memória de a Assembleia da República ter discutido um Orçamento tão profundamente desacreditado como aquele que o Governo hoje aqui apresenta»
Sem credibilidade
 «A verdade é que o Governo só pode queixar-se de si próprio, de mais ninguém. Afinal, foi o próprio Governo quem se encarregou de destruir a credibilidade deste Orçamento com as sucessivas e contraditórias mensagens que divulgou sobre a sua proposta.»
Desconfiança nacional e internacional
 «Mas o «gelo quente» que caracterizou esta segunda política cedo começou a «derreter» com a desconfiança dos agentes económicos e a crítica severa das instituições financeiras e dos especialistas, da esquerda à direita.»
A imagem acima de tudo
 «A razão de toda esta deriva é muito simples, todos dela nos apercebemos: este não é um Orçamento feito para resolver verdadeiramente os problemas do País, este é um Orçamento feito e pensado para resolver o problema de imagem do Governo!»
Imprestável, inconvincente 
«Para terminar, Srs. Deputados, este Orçamento é, verdadeiramente, a imagem deste Governo. É um Orçamento sem crédito, sem estratégia e sem ambição. É, portanto, um Orçamento que não serve Portugal nem convence os portugueses!»

«Não voto Sócrates. O País está primeiro»

«Vou votar, mas não vou votar no PS. Tenho consciência de que isso levanta grandes problemas mas o País está primeiro», disse Henrique Neto, histórico socialista, ao Diário de Notícias.
Já em Novembro do ano passado, numa entrevista arrasadora ao Jornal de Negócios, Henrique Neto disse que José Sócrates é «um vendedor de automóveis» e que «está no topo da pirâmide dos que dão cabo disto».