quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sócrates promete não cumprir

Se bem se lembram, a redução da Taxa Social Única é, precisamente, uma das medidas inscritas no programa eleitoral do PSD, apresentado no passado domingo. Pedro Passos Coelho defendeu essa redução de 23,75% para 19,75%, como forma de reduzir os custos do trabalho, e uma das formas de promover a competitividade das empresas portuguesas e reanimar a economia. Sócrates e os socialistas preferiram, porém, o terrorismo político, inventando que a oposição quer acabar com o turismo e a restauração, que quer sujeitar todos os bens à taxa máxima do IVA, que quer aumentar impostos e ele não. Eis, agora, o que José Sócrates disse, ontem, sobre a Taxa Social Única, quando questionado no debate:
- Mesmo posto perante a revelação pública de que há uma carta do seu governo ao FMI, disse que «comprometemo-nos a fazer um estudo que possa levar a uma proposta para estudar a redução da TSU.»
- E quando? Confirma-se que em Outubro com o OE, para entrar em vigor em Janeiro de 2012? «Não está estabelecido».
- E a compensação do lado da receita será feita nos termos enunciados na carta do governo ao FMI, alterando a estrutura do IVA, aumentando os impostos, cortando na despesa? «Com o aumento da receita fiscal ou redução da despesa».
- E então a carta ao FMI, e a notícia no site do FMI? «Uma coisa é a opinião do FMI, outra coisa é a nossa.»
Eis, em toda a sua nitidez, um retrato de carácter. Este é o primeiro-ministro em gestão que escreve uma carta de compromisso ao FMI, mas a mantém secreta. Este é o líder partidário que professa em segredo as medidas que critica à oposição, embora sem as preparar. Este é o governante que tem da governação o conceito de elaboração de «estudos» que «possam levar a propostas» para «estudar» medidas. Este é o primeiro-ministro que, depois de conduzir o país ao limite da insolvência, trata como «opiniões» os acordos com as organizações internacionais que nos resgatam.

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