quarta-feira, 11 de maio de 2011

Louçã cumpre como jornalista

Ontem à noite, no debate com José Sócrates, o líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, prestou aos eleitores um serviço que a generalidade da comunicação social ainda não conseguira prestar. Em vez de tomar por boas todas as afirmações de Sócrates (como se julgaria que a experiência aconselha a fazer) Louçã deu-se ao trabalho de investigar. Primeiro, foi saber de uma carta de compromisso assinada pelo governo Sócrates e dirigida ao FMI. Depois, empunhando a carta, Louçã citou dela que os socialistas se comprometem a fazer «uma grande redução da contribuição patronal para a Segurança Social», ou seja, da Taxa Social Única. Mais disse que essa medida era referida na carta pelos mesmos socialistas como «um elemento crítico do nosso programa». E mais recordou que o site do FMI diz - e não é de crer que o FMI invente - que o governo português está a preparar uma redução da Taxa Social Única de 5 a 7 mil milhões de euros. Por fim, fez a pergunta que um bom jornalista faria (mas ainda não tinha sido feita) :  sendo assim, onde vai buscar o dinheiro para compensar esta perda de receita? A visível perturbação de Sócrates, as platitudes em politiquês que hesitantemente articulou, e a recusa em responder com valores e prazos foram todo um retrato de falta de credibilidade e fiabilidade.

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