quarta-feira, 25 de maio de 2011

O calote como programa

O governo Sócrates atrasou pagamentos no valor de 205,9 milhões de euros para que a execução orçamental, de que Sócrates se gabava no debate com Passos Coelho, parecesse melhor do que realmente é. A informação foi dada pelo grupo de peritos que dá apoio ao Parlamento, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental. Adiando pagamentos (citamos) «relacionados com pessoal, aquisição de bens e serviços e outras transferências correntes», a dupla Sócrates/Teixeira dos Santos deu a ilusão de que a despesa teria caído 3,6%, em vez dos reais 1,6% (um valor que, ainda assim, estaria aquém dos objectivos do memorando de Entendimento subscrito com FMI, UE e BCE.

Ainda a tinta da sua assinatura não secou, já Sócrates está a tentar enganar, além dos Portugueses, as instituições que nos prestam ajuda.


Quando Pedro Passos Coelho lhe pediu alguma seriedade e que não empurrasse as contas com a barriga, Sócrates respondeu, mais uma vez, no tom e com a elevação intelectual e democrática que trouxe à política portuguesa: chamou-lhe ignorante e disse que pensasse antes de falar. Depois, fingiu que os adiamentos tinham só a ver com descontos para a Caixa de Aposentações. Mentira, mais uma vez. O FMI, se tivesse que voltar a lidar com Sócrates, desmenti-lo-ia mais uma vez. E nesse caso, é claro, seríamos nós a pagar a conta. Mais uma vez.

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